O Muro das Lamentações

sábado, outubro 23, 2004

Hajam profetas!

Olá boa gente!
Estou de volta a estas lides “bloguistas” (Atenção! Não disse bloquistas.), após ter recebido alguns mails, os quais agradeço.
Vai um abraço ao João Henrique Silva, meu amigo de sempre e para sempre (ai se não fosse o RCA…), que não deixa que me esqueça do “Muro”. Quero agradecer, doravante, ao “Gajo que constrói muros”, que não sei se sou eu… ou o “nick” de quem escreveu o comentário, pois, caro amigo… nem acredita a razão que tem! Só gostava de saber se tem cara ou nome, porque já vi que (consigo) confissões… só no padre de uma qualquer paróquia. Sem ofensa!
As “prostitutas” (leia-se: os políticos) lá foram… depois dos seus milhares de beijos em peixeiras, apertos de mão a taxistas, promessas em bairros degradados, milhares de panfletos nas caixas de correio ou pára-brisas de um automóvel, tenho de agradecer a proveitosa leitura que tive na casa de banho (mais concretamente no “cagueiro”), ou seja, sabe bem mudar de quando em vez, os autores habituais de semelhante “tertúlia”: Catálogos da Worten, Singer, Modelo, em último caso (de desespero…) o “Diário Insular” e as suas manchetes “cor de laranja… choque”.
César passeou e agora tem mais poder que Deus… é pr’aí uma espécie de imperador.Cruz teve no dia 17 um autêntico calvário e já não é Deus, ao invés, um Santo com pés de barro, quando já se procura alguém micaelense… perdão (!)… alguém que pense numa estratégia para derrubar o “todo-poderoso” César.
A CDU levou no… pensamento a dura realidade do desaparecimento parlamentar, se bem que tenho em José Decq Mota um dos poucos políticos, que apesar de não ser da minha ideologia, sabe bem ouvir e demonstra lucidez de ideias. O homem não é demagogo, o problema é que (ironizando):
1º- É do PCP
2º- É da ilha do Faial.
Quanto ao CDS/PP… colou-se ao PSD. Lá mais um terceirense enfiou um barrete!
A finalizar este assunto, irrita-me (de sobremaneira!) a ideia que um indivíduo para ser Presidente do Governo Regional tem (obrigatoriamente) de ser micaelense. Co’a breca! Há mais gente inteligente e capaz nos Açores! Mas esses foram (ou são) postos a andar dos cargos importantes. Não vou dizer nomes, mas lembro-me de um líder do PS que não era de S. Miguel e, como seria de esperar, foi “posto a andar”. Por quem? Vocês sabem!
Mas poderão dizer: “O CDS/PP tem um líder terceirense!”. A verdade é que noutro dia falava com uma amiga de S. Miguel, que pensava que o líder dos “populares” era Paulo Gusmão. Será que ela tem razão?
Poderiam dizer também: A CDU tem um líder que é do Faial. Neste caso, o problema reside no partido, trata-se de um homem bom no partido errado.
Claro que o complexo de superioridade de S. Miguel, colide com o complexo de inferioridade da Terceira. Patetice? Não! Só não vê aquele que não quer!
Ia votar em branco (apesar do voto ser secreto) para mostrar o que penso da classe política actual, mas a verdade é que me abstive do sufrágio eleitoral. Acredito que o meu voto em branco poderia calhar a alguém “sério”, que, só por acaso, teria uma esferográfica na mão… e lá teríamos mais um voto partidário. Só digo isto porque sei umas coisas…
Acredito que os homens sérios e honestos mantêm-se fora da política (existem muitos exemplos), pois a mesma é podre e só faz bem ao povo. Leram bem! Povo que para mim é/são: políticos, ministros, acessores, gestores públicos, “boys”, etc.
Nós somos as Massas! Aqueles que sustentam o povo.
E vem Bagão Félix dizer que temos de dar "apertos no cinto"... maioritariamente a classe média, que sustenta as faltas de tipos como Vítor Santos (O Bibi do Benfica)!
“O verdadeiro POVO morreu por alturas do 25 de Abril de 74”, citei.
Paz à sua alma!

Até breve!

Ah! Ia-me esquecendo do Bloco de Esquerda… pfff… participaram! Receberam votos de jovens (+ ou – 18 anos) pró-legalização das drogas leves (ou não!), de algumas feministas pró-aborto, alguns anarquistas, uns quantos analfabetos e, finalmente, alguns dissidentes do POUS, PCTP – MRPP (vulgo: MR PUM PUM!) e outros…

terça-feira, julho 13, 2004

“So fucking special”

É esta a frase que me dá esperança de ser feliz. A verdade é que esta frase foi dita por um “passarinho”, que creio, resolveu dar-me laivos de crença, num cenário que adoraria ver-me envolvido (da cabeça aos pés).
Neste momento, acredito que posso vir a ser “afortunado”, nem que seja por meses, dias ou até umas breves horas… A verdade é que tenho medo de não conseguir ser feliz, mas morro de medo de não ajudar alguém a atingir aquilo que para mim, neste momento, é inalcançável: a felicidade. Dentro da minha inquietude, não consigo entender o porquê de a vida nos dar tudo e quando pensamos em realizar um sonho, ele transforma-se, subitamente, num enorme pesadelo.
Para aqueles que lamentam não ter eu chegado à compreensão do “essencial viver”, não fico a rir, tão pouco a chorar, assumo: não sei o que fazer.
Para mim, entre o sonho e a realidade há o sofrimento, a dor, e por fim a saudade, por tudo isso, não vivo muito de realidades, mas sim de ilusões. Nos sonhos e realidades da vida, por vezes de nada há a fazer, pois, os anjos não vivem na terra, são sonhos apenas… e nada mais.
Dou graças a tudo que de forma inconsciente, traz algum conforto a aquilo que considero ser: -“ esta preciosa incompetência que é a minha vida”. Questiono-me, muitas vezes, da razão do vazio quotidiano que varre, com frequência, o ser humano… aí apercebo-me que (talvez) algo vai mal na minha cabeça. Não compreendo, e penso, se serei eu, ou os outros a não encontrar a verdadeira razão da vida, neste mundo que, por vezes, faz parecer esta “passagem efémera” numa “brincadeira de dois dias” e parece que “alguém” que “desliga a tomada” neste imenso jogo de computador, tipo: Sims… e acaba-se tudo, vamos p’rá cova (para quem não sabe, o Sims é um jogo onde criam-se personagens e controla-se todo o quotidiano dessas “pessoas”).
“Vá lá” que as religiões dão às pessoas a esperança de haver uma outra vida para além desta, senão esta merda (leia-se: vida) deixaria de fazer o pouco sentido que já tem, se bem que para mim: -“Religiões? Não obrigado.”
Guerras (sem ser para o bem da liberdade), fome, pobreza... é isto?
E mais! Políticos que mentem descaradamente… e não enfrentam a justiça! Para esses que chamo carinhosamente de: “prostitutas de estação” (só aparecem em vésperas de eleições) digo: -“Vão dar uma volta, pois, sei ver quem no meio de tanta porcaria, consegue falar a verdade (e de certeza que já fui enganado) ”.
Falei de amor e paixão (é verdade!), da vida (vista pelos meus olhos), e de (infelizmente) política, ou seja, da maneira que anda, até dá gosto de ver esses “democratas”, se houver eleições, “revolucionários e desgostados”, se um partido que foi eleito vir nomear alguém para cumprir esse mandato. É o cúmulo da hipocrisia!

Finalizando, saibam que o primeiro “post” deste Blog era sobre amor (como magoei alguém que não queria), sendo este: como estou (desesperadamente) a tentar remediar (mais correcto: remendar) a situação que criei.

Perco-me entre meus medos, de meus sonhos serem apagados;
Nos meus olhos são mísseis… são torpedos, que, em meu coração serão detonados
.”

quarta-feira, julho 07, 2004

"Lágrimas de vitória e de... derrota"

Sofri este Euro 2004 como todos os portugueses.
A primeira derrota com a Grécia, não me fez perder o ânimo, mesmo contra aqueles que não acreditariam na passagem aos quartos-de-final. Depois "armei-me" com a camisola, cachecol e até um lenço de cabeça, na fé que a aquela "raça" que conhecemos viria a aparecer.
Primeiro foi a Rússia, depois a Espanha, e o país estava rendido. Quanto ao meu (frágil) coração, batia à média de 140 batimentos por minuto! Contra a Inglaterra, estava com cãibras nas mãos, estômago dormente e só vi os penalties porque não me conseguia levantar do sofá (estava "tonto que nem um rato").
No final, abracei-me ao meu pai e comecei a chorar (como um bebé) pela angústia de sofrer tanto, ele disse-me: -"Deixa sair tudo... chora à-vontade. Faz bem!"!
Contra a Holanda, tinha acabado de chegar a S. Miguel e só tive tempo de chegar ao hotel, tinha já o jogo começado! Com calma vi a vitória fantástica e nunca duvidei que iríamos estar na final... nem mesmo com o golo de Jorge Andrade (na baliza errada), nem com a ameaça (no livre) de Van Hooijdonk.
Finalmente... na final (passo a redundância), não tinha um grande feeling na partida, nem tinha a emoção de levantar-me a cada jogada de possível perigo. Não tinha vestidos os meus ornamentos da selecção e, talvez por isso, sinto-me um pouco culpado da derrota (mais que Durão Barroso).
Depois do apito final, retirei-me de casa e encontrei um senhor, na entrada do café ao lado, sozinho e a chorar desalmadamente. Pisquei-lhe o olho esquerdo e fiz uma cara do tipo: "paciência, fica para a próxima” e dei-lhe uma palmada no ombro. Fui-me embora e ele lá continuava a chorar. Cheguei ao carro e comecei a chorar também, até quando conduzia!
Mais campeonatos virão, e sei que Portugal estará lá para dar-nos a alegria suprema de ser campeão... seja ele do Mundo ou da Europa.
Obrigado Scolari!
Eu conto contigo, se bem que neste país passa-se num instante de besta a bestial, e vice-versa.
Foram estas as minhas lágrimas de vitória e de... derrota!

Só por isso... já ganhámos!

segunda-feira, julho 05, 2004

"Desaparecido em combate"

Olá! Estou de volta!
Agradeço a todos as visitas, mensagens, agradecimentos, críticas, etc...
Regressei da ilha de S. Miguel, onde estive a fazer a cobertura do Sata Rallye Açores, agora tenho mais tempo disponível (após as férias onde via o blog por telemóvel, mas para escrever não dava, além disso... estava a gostar das vossas reacções).
Vou começar por pedir que acabem com os comentários anónimos. Não tenham medo, não sou anónimo! Preciso, apenas, de saber com quem falo.
Este blog é sobre mim e não sobre jornalismo.
A minha vida não pode girar 24 horas por dia em torno do meu trabalho, se bem que adoro o que faço! Ninguém deve fazer isso, senão o "stock" de Prozac esgota na Europa!
Não vou entrar mais por este assunto, mas, a Terceira é "unica"!Esperando que tenham entendido o sarcasmo/ironia, quero e vou mandar um grande abraço ao povo de S. Miguel. Tão bem sabem receber alguém e estão claramente à frente. Falo das pessoas!
Diverti-me imenso, fui (mais uma vez) bem recebido, e durante esses 5 dias fui extremamente feliz. OBRIGADO!
Se a minha maneira de escrever não agrada a alguém... as verdades são para ser ditas!
Amanhã venho falar da selecção que me partiu o coração!
Mas fico orgulhoso e crente para o mundial e para o próximo Euro, em 2008.

Até amanhã!
Fiquem bem!
E façam o favor de serem felizes!

terça-feira, junho 01, 2004

"As palavras que nunca te direi!"

Olá a todos e obrigado por visitarem este singelo e humilde Blog.
Prometi o começo para a semana passada, compromissos laborais não possibilitaram o mesmo.

Ia começar por falar de futebol dizendo: -“ Parabéns Porto(gal)”. A verdade é que fiz asneira ao tentar “postar” o texto, pelo sucedido, as minhas desculpas.

Vou começar, então, esta publicação com aquilo a que verdadeira mente se deve a mesma: lamentos, suspiros e confidências.
A história que vou contar aconteceu numa terça-feira (onde fui cumprimentado…) e numa quarta-feira (onde fui “semi-cumprimentado”), por uma pessoa a quem não falo pelo facto de ter sido vítima de… rumores e boatos.
Após ter recebido, na terça, um: -“ Olá! Tudo bem? Estás bom?”, não me “dignei” a responder.
Fui mal-educado e (se calhar) não deveria ter procedido de tal forma. Senti, de facto, remorsos por ter deixado alguém a falar para as “paredes”…
A verdade é que ninguém gosta de andar nas “bocas do mundo” por ter cometido (ou não) um “crime” para o qual não existe culpa formada. Não encontro razão para alguém ser humilhado, enxovalhado e ridicularizado em praça pública, quando vejo, na ilha Terceira, grande parte das pessoas “viverem” do mexerico, da mesma forma que os “outros” preocupam-se em viver a sua vida. Isso dói e magoa! Se fosse borte-americano diria: -"Hurts like hell!", como está na música dos Clã (Problema de Expressão): -"(...)a língua inglesa fica sempre bem...".
Senti-me mal… ser mal-educado não faz parte do meu carácter, mas, este meu “orgulho besta” (que acredito ser mútuo e recíproco) não me faz encontrar a coragem necessária para chegar ao pé dessa pessoa e perguntar: - Porquê?
Sinceramente, não sei se conseguirei encontrar essa mesma coragem, por tudo o que soube por “portas e travessas” fiquei fragilizado, admito. Admito também desconhecer o porquê de cumprimentar-se “o mau da fita”, se de facto o sou, contudo, poderá ser essa a razão do ódio que sinto pela “minha própria gente”.
Na quarta-feira fui “semi-cumprimentado” (devido à forma hesitante como essa pessoa o fez), também eu hesitei, mas mantive a postura e (se calhar) poderei ter piorado a situação.
As mesmas questões voltaram a colocar-se, de forma abstracta, na minha cabeça, que, inúmeras vezes é amedrontada por esta “ferida”!

“O certo não está errado,
o errado é que não está certo”
Desconhecido

Aqui vai um agradecimento especial ao Miguel Aguiar, ele tornou este “Muro das Lamentações” possível.
Já agora… quero “exorcizar estes fantasmas” e acabar com isto!
Faço um convite/desafio: comentem na secção “comments” (abaixo) ou escrevam um e-mail para: gerson.peixoto@sapo.pt
Ninguém ficará sem resposta.

Obrigado pela visita!
Voltem sempre.